SOBRE A EXPOSIÇÃO
(.. ) A faia centenária que deu origem às obras apresentadas perdurará por muito tempo
no atelier do artista, desencadeando o tratamento estético dos seus anéis. Paulo Neves é
um escultor que conhece os meandros da floresta e os da arte, os enredos da primeira e
os da segunda natureza, as estratégias da criação.
As obras expostas neste enquadramento indiferenciado do centro comercial, por mais
descontextualizadas que se apresentem, longe do carácter e da alma das árvores,
transportam a memória do natural, actualizam-na perante nós.
O contraste só pode intensificar a nossa reação. Ao encenar a eternidade da natureza e a
imortalidade dos elementos, esta escultura lembra-nos também a nossa condição. (…)
CASTRO, Laura in As árvores não morrem
SOBRE O AUTOR
Nasceu em 1959. Embora tenha frequentado a Escola de Belas Artes do Porto, em
Portugal, a sua aprendizagem foi, na tradição moderna europeia, exclusivamente
autodidacta. Partiu muito jovem à descoberta do mundo, conheceu artistas, visitou
museus, descobriu outros mundos, experiência, sem dúvida, determinante para a obra
que tem vindo a realizar. Durante a década de 90 do século XX, revelaria a sua
maturidade artística, afirmando-se hoje como escultor internacional de referência nacional
incontornável. Com peças em diversas colecções, privadas e públicas, portuguesas,
Paulo Neves está representado nos Estados Unidos, França, Espanha, Brasil, Holanda,
Bélgica, Roménia, Austrália, Marrocos, Alemanha, Tailândia e Japão. A expressão
morfológica das suas peças apela ao expressionismo e ao barroco, embora a sua
linguagem pareça totalmente original, construída à margem dos movimentos e tendências
estéticas do seu tempo.